“Pois eu estava com fome e me deste de comer, estava com sede e me deste de beber, eu era estrangeiro e me recebeste em casa.” (Mateus 25, 35)
Se fôssemos perguntar a nós e aos outros também: “Qual é o grande anseio da sua alma?”. Encontrar Jesus, estar com Ele. Eu preciso dizer a você: Ele está no meio de nós! Ele veio para os que eram Seus, mas os Seus não O receberam. Ele veio e vem a nós, mas nós não O recebemos, nós não O acolhemos.
Eu sei que nós queremos encontrar Jesus, mas, muitas vezes, de uma forma fantasiosa, pois criamos um Jesus doce, que afaga o nosso ego, um Jesus que está brilhando… Jesus, no entanto, é real, Ele é o Senhor da vida e se faz presente em cada vida humana, sobretudo, na vida humana mais sofrida, mais machucada pelas condições da sociedade e da humanidade.
Nós precisamos encontrar o Jesus que está nas ruas, nas favelas, nos hospitais, nos que estão doentes em nossas casas; o Jesus que está encarcerado, faminto, sedento; o Jesus que não tem roupa para vestir. Cada vez que abraçamos um irmão que vive as pobrezas, as mazelas impostas pela vida, e cuidamos desse irmão, nós encontramos Jesus.
Papa Francisco nos recorda que a Igreja precisa ser uma Igreja samaritana, ou seja, nós precisamos ser o bom samaritano nos dias de hoje, acolher os nossos irmãos e cuidar deles, porque nós não estamos cuidando. Se o mundo está padecendo fome, miséria, sofrendo todas essas mazelas sociais, é porque nós não estamos cuidando; e aqui eu me refiro a nossa caridade cristã. As obrigações das autoridades governamentais precisam ser cumpridas, mas não podem impedir a nossa ação de caridade, a nossa ação fraterna para acolher e cuidar dos mais necessitados.
Nós precisamos encontrar o Jesus que está nas ruas, nas favelas, nos hospitais, naqueles que estão doentes
Os pobres existem para que nós nos convertamos. Os pobres existem para que cuidemos deles, e é nossa obrigação espiritual sairmos dessa espiritualidade onde nos prendermos em nossos problemas, em nossas aflições, em nossas dificuldades para irmos acolher necessidades maiores, sofrimentos terríveis.
Às vezes, a pessoa chorou, porque faltou alguma coisa em sua casa! Desculpe-me, mas há pessoas para as quais falta tudo nesta vida, e não podemos viver aquela visão cristã relativista quando a pessoa diz em seu interior: “Isso não é problema meu”. Todo irmão que sofre é problema nosso; toda pessoa que passa fome precisa tocar a nossa espiritualidade, a nossa humanidade mais profunda. Não podemos nos extasiar na presença de Jesus e, simplesmente, ignorar os que passam necessidades neste mundo.
Vivamos uma conversão mais profunda ao Senhor, cuidemos dos nossos irmãos. Abracemos Jesus que está no meio de nós, pois, no entardecer da vida, nós seremos julgados pelo amor, pela forma como amamos os mais sofridos e necessitados, porque eles são Jesus para nós.
Deus abençoe você!