“Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim” (Marcos 7,6).
É duro olharmos a hipocrisia dos fariseus. Não é que fariseu seja hipócrita, pois fariseu é uma pessoa religiosa, é uma pessoa que frequenta a sinagoga, é uma pessoa que observa os Mandamentos, as Leis, os decretos e ensinamentos de Deus.
Fariseu é aquele que jejua, que vai com mais frequência à sinagoga, mas aqui é um problema, pois a religião sem coração se torna uma religião hipócrita, porque vai endurecendo tanto a forma de viver a religião que não se importa mais com o irmão. Se importa em julgar, reparar, falar, condenar, mas não se importa em acolher e amar.
A religião está se tornando para alguns uma coisa tão elástica e comum, porque é importante dizer que religião não é uma coisa comum. Religião é algo sublime e extraordinário, é uma graça nova a cada dia. Cada vez que me coloco na presença amorosa de Deus, eu me ligo com Deus e Ele se liga em mim, sou conectado com a graça, vivo a comunhão com a graça.
A religião verdadeira é aquela que nos leva para o coração de Deus
A religião sem a graça se torna uma desgraça, por isso, muitas vezes, a nossa vida religiosa de cada dia se torna uma verdadeira hipocrisia, fazemos por fazer, vamos porque temos que ir, rezamos porque somos obrigados e começamos a julgar e reparar de mais a vida dos outros. Toda vez que seu senso religioso te leva a julgar e condenar os outros, saiba que estamos vivendo a religião da hipocrisia.
A religião verdadeira é aquela que nos leva para o coração de Deus, o coração misericordioso e bondoso; o coração que filtra tudo sobre o olhar da verdade, mas iluminado pelo amor e pela misericórdia. Porque senão vamos ficar nos atos externos, como estão os fariseus aqui no Evangelho. Eles estão olhando que os discípulos de Jesus comem sem lavar as mãos. Que hipocrisia!
Tem que lavar as mãos, ainda mais nos tempos em que vivemos de pandemia – Ai de nós se não lavarmos nossas mãos! Mas não é o ato de lavar ou não as mãos que torna uma pessoa boa, não é o ato de deixar de lavar ou não as mãos que faz de mim uma pessoa mais iluminada, mas é o ato de lavar o meu coração todos os dias, lavar a minha mente da hipocrisia, dos julgamentos, dos maus pensamentos, maus sentimentos, lavar meu coração de todo ressentimento, mágoa e rancor que levo dentro de mim; lavar-me desse sentimento egoísta, orgulhoso e soberbo que muitas vezes move as minhas atitudes, porque senão vou ser do povo que honra a Deus com os lábios “Amém!”, “Aleluia”, mas o coração é tomada pelas impurezas.
Que o Senhor purifique o meu coração, para que, em espírito e verdade, possa louvá-Lo, adorá-Lo e amá-Lo e saber amar, cuidar e respeitar o irmão. Essa é a religião que agrada o coração de Deus!
Deus abençoe você!