“Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles” (Marcos 9,2).
Que beleza é contemplarmos, hoje, Jesus transfigurado, é contemplarmos a glória do Senhor em meio à Via Crucis da existência humana. É Jesus quem caminha para o Seu destino em Jerusalém, no qual Ele aguarda a rejeição dos homens, no qual Ele aguarda tudo que de mal eles irão fazer. Ele Se antecipa para mostrar aos Seus discípulos e a nós que a palavra final não é da morte, da perseguição nem da maldade. A palavra final é o triunfo da glória de Deus.
Por isso, os discípulos sobem para ver a Jesus glorioso e transfigurado. Eles contemplam em Jesus transfigurado a glória que espera a cada um de nós. Eles contemplam Jesus, o Messias, o Senhor. Por isso, ao lado d’Ele aparece Elias e Moisés, porque o Senhor é o Senhor de todos os tempos, é o Senhor da glória.
Assim como levou para o alto monte os Seus discípulos Pedro, Tiago e João, Jesus também quer nos conduzir para o alto da montanha, e não caia apenas na visão literal da montanha física, mas é preciso se retirar do que nós temos aqui embaixo, a nossa vida cotidiana.
É importante recolher-se para a oração. Toda oração vivida no recolhimento e na presença de Jesus é uma transfiguração. É na oração que somos transformados, é na oração que os nossos sentidos são purificados, é na oração que contemplamos a glória de Deus, o consolo de Deus, a misericórdia de Deus e a presença amorosa de Deus no meio de nós.
É preciso se voltar para a oração, primeiro a oração da escuta. “Este é meu Filho amado. Escutai o que ele diz”. Oração é sair dos barulhos, sair de tudo que o mundo está soprando em nós, mas é preciso sair dos barulhos que estão também dentro de nós, tanta coisa barulhada dentro de nós, para escutarmos a voz de Deus.
Oração é contemplação. Eles contemplaram Jesus, e com os olhos fechados contemplamos a presença gloriosa de Deus no meio de nós. No silêncio do recolhimento e da escuta, os nossos olhos são purificados para vermos a presença amorosa de Deus no meio de nós.
Por isso, permitamos que, neste domingo da graça, segundo domingo da Quaresma, onde somos conduzidos ao monte da transfiguração, que Deus purifique o nosso sentido e o nosso coração, que Ele nos conduza pela via da oração, para a nossa renovação interior.
Há uma glória que nos espera, contemplamos essa glória todas as vezes em que vencemos os pecados e as tentações pelo poder e pela graça da oração.
Deus abençoe você!