“Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria” (Lucas 4,24).
Começamos a meditar, durante a semana, o Evangelho de Lucas, a partir do início da sua vida pública. Jesus volta, agora, a Nazaré, à cidade onde Ele tinha sido criado. Lá na sinagoga, Ele toma posse da palavra que o profeta Isaías havia profetizado a respeito d’Ele: “O Espírito do Senhor está sobre mim, o Senhor me consagrou com a unção para levar a Boa Nova aos pobres”.
Jesus toma posse dessa unção, Ele já havia tomado no Seu batismo, mas agora Ele toma posse da Palavra, porque a Sua Palavra ungida cura, liberta e restaura.
Os seus conterrâneos de Nazaré já viram ou ouviram falar de tudo que Jesus realizara onde Ele morava, não está mais em Nazaré, Ele mora em Cafarnaum, na região da Galileia. E é por lá, em Cafarnaum, que o Reino de Deus está acontecendo, Ele está proclamando na sinagoga, está proclamando para o povo de Deus o Reino e as graças d’Ele acontecendo.
Mas essas graças não estão acontecendo em Nazaré, a Sua terra, onde Ele fora criado, porque eles estão vivendo a falta de acolhimento ao profeta da casa. Jesus mesmo dá os exemplos: no tempo do profeta Elias, com tudo o que houve, foi uma viúva de Sarepta, na região da Sidônia, que Elias se dirigiu. Não foi a nenhuma viúva de Israel, como também no tempo do profeta Eliseu havia muitos leprosos em Israel, mas não foi nenhum leproso que foi curado se não Naamã, o Sírio. Os judeus, seus conterrâneos em Nazaré, ficaram irritados, furiosos e bravos com o ensinamento de Jesus, aquela verdade os incomodou. Jesus não estava acusando, Ele estava demonstrando: “Vocês não estão acolhendo a Palavra”.
Somos esse povo, não gostamos de ser corrigidos e exortados quando nos é mostrado que não estamos no caminho
Você sabe que assim como os Seus que não acolheram a correção, nós também somos esse povo, não gostamos de ser corrigidos e exortados quando nos é mostrado que não estamos no caminho. É o filho que não aceita a correção do pai, o marido que não aceita a correção da mulher, é a mulher que não aceita a correção do marido, é um irmão que não aceita a correção do seu irmão, são os fiéis que não aceitam a correção do seu padre, é o padre que não aceita ser ouvido pelos seus fiéis, é o padre que não aceita ser corrigido pelo bispo. Enfim, somos nós que não acolhemos o profeta da nossa casa.
Estamos, muitas vezes, sendo como este povo de Nazaré, e ali Jesus não pode fazer milagre algum e, mais, dali foi expulso, quase jogaram Jesus morro abaixo. Ele saiu-se deles e foi seguir o seu caminho, seguir a sua missão.
Muitas vezes, perdemos a direção de Deus porque não O deixamos nos direcionar. Deus nos fala não pela boca dos de fora — pode até nos falar —, mas Ele fala primeiro com aqueles que estão conosco, aqueles que convivem conosco, e com eles precisamos aprender a ser corrigidos, com eles precisamos aprender a melhorar a nossa própria vida.
Deus abençoe você!