Naquele tempo, enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. Alguém disse a Jesus: “Olha, tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem falar contigo”. Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos?” (Jo 20,1-2.11-18).
Muito bem, meus irmãos e minhas irmãs, esse Evangelho de hoje foi meditado alguns dias atrás quando nós celebramos a memória da Mãe de Jesus no dia de Nossa Senhora do Carmo. Penso que Jesus queira falar conosco enfaticamente, neste mês, sobre a necessidade de se fazer a vontade de Deus. Primeiramente, vamos ao texto que parece um pouco estranho, quando diz que Jesus falava às multidões e que Sua Mãe e Seus irmãos estavam do lado de fora querendo falar com Ele.
Fiquei me perguntando que lugar grande era esse para comportar uma multidão. Naquele tempo, não existiam grandes centros de evangelização, lugares, estádios. Multidão aqui, na verdade, indica anonimato, o significado.
Da multidão à família
Somos todos nós que. muitas vezes, precisamos ser identificados como sendo da família de Cristo, porque, muitas vezes, vivemos uma vida cristã no anonimato. Vivemos como multidão e não como discípulos de Jesus. Muitas vezes, enchemos as igrejas, os espaços de evangelização, mas só como multidão, mas não como discípulos.
Notemos que quem fala com Jesus é um intermediário que faz parte da multidão, porque os discípulos estavam dentro. Não foi um dos discípulos nem um dos familiares. Esse alguém somos eu e você. E é a mim e a você que Jesus quer perguntar: “Você é um dos meus ou você faz parte da multidão? Ou você está nesse anonimato?”.
Corremos o risco, como disse, de viver a nossa vida cristã assim, sem nos comprometer. Corremos o risco de nos confundirmos com uma multidão que corre atrás de Jesus só por aquilo que Ele pode fazer por ela. Multidão só conhece expressões do tipo: “Todo mundo, todos aqueles, alguém, alguns”, mas não tem identificação. Quem é da família de Cristo conhece outras expressões: “Minha, meus, minhas, porque é meu irmão, é minha irmã, é minha mãe”.
Quem é da família de Jesus tem esse senso de pertença, se compromete, engaja, está presente na sua comunidade, ajudando o pároco da sua paróquia, está engajado nos trabalhos da sua diocese. Esses, de fato, são os membros da família de Cristo, que experimenta o poder transformador de Cristo e depois se tornam os Seus discípulos missionários.
Sobre todos vós, desça a bênção do Deus todo-poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!