É na fé que nós produzimos obras

Assim como o corpo sem o espírito é morto, assim também a fé, sem as obras, é morta. (Tg 2,26)

Nós precisamos cuidar da nossa fé, porque sem ela não chegamos a Deus nem Lhe agradamos. Na verdade, sem fé nós não temos comunhão nem relação com o nosso Deus. É pela fé que nós chegamos a Ele, é pela fé que nós nos mantemos de pé, é pela fé que o nosso espírito vive a relação com Deus. Então, precisamos cuidar da fé, precisamos cultivá-la, alimentá-la; no entanto, é importante lembrar que uma fé sem vida não é perene, não tem frutos, persistência nem consistência. A alma da fé são as obras que essa mesma fé está manifestando na vida. Por isso não viva uma fé aérea, apenas sentimental, relacional com Deus, de modo que ela não produza frutos de conversão na nossa vida, frutos de mudança de mentalidade, frutos onde vamos, cada vez mais, interiormente crescendo, lidando com a nossa têmpera, com o nosso jeito de ser, mas uma fé que produza frutos, obras na vida do outro. Porque não adianta passarmos o dia inteiro rezando, na presença do Senhor, se nós não vamos para a presença do irmão, e sobretudo não o acolhemos.

Vivamos uma fé que seja viva e eficaz, uma fé que produza frutos, que tenha obras

Muitas vezes, nós somos muito dóceis com Jesus – Jesus, eu te amo! Jesus, Tu és a minha vida! –, mas somos grossos uns com os outros, não acolhemos, não cuidamos da pessoa do outro, porque é muito mais simples e muito mais dócil para o coração beijar Jesus no sacrário. Agora, a fé verdadeira em nós nos leva a cuidar de Jesus não só no sacrário, mas de Jesus que sofre nas ruas, que vem ao nosso encontro incomodado, porque está sofrendo, porque está doente, necessitado. Então, precisamos ir ao sacrário e comungar, mas quem comunga Jesus lá, na igreja, na Eucaristia, na Palavra, precisa comungar Jesus na vida dos irmãos que estão ao nosso lado, os irmãos que convivem conosco e também os irmãos que estão sofrendo, que passam necessidades. Eles são Jesus para nós! É na fé que nós produzimos obras de misericórdias corporais, espirituais – dar bons conselhos, ajudar –, que cuidamos dos mais necessitados, dos sofridos, do Cristo que está padecendo na pessoa do irmão.

Não vivamos uma fé hipócrita, mas vivamos uma fé que seja viva e eficaz, uma fé que produza frutos, uma fé que tenha obras verdadeiras. Não adianta, simplesmente, admirar Madre Teresa de Calcutá ou Santa Dulce dos Pobres. Todos nós podemos estender as nossas mãos pela fé que temos em Deus para cuidar dos nossos irmãos.

Deus abençoe você!