Irmão redentorista aprofunda sentido e importância das Romarias

Romaria é, antes de tudo, atitude de fé, sinal de seguimento a Jesus e seu Evangelho, explica ir. José Mauro

Denise Claro

Da redação

Cerca de 12 milhões de peregrinos estiveram no Santuário Nacional de Aparecida no ano passado./ Foto: Canção Nova

Todos os dias, milhares de romeiros chegam ao Santuário Nacional de Aparecida. Somente no ano passado, foram cerca de 12 milhões de peregrinos. A estimativa para o dia 12 de outubro deste ano, Dia de Nossa Senhora Aparecida, é de que mais de 200 mil pessoas se dirijam ao Santuário.

Ir. José Mauro Maciel é redentorista e historiador e atua no Memorial da Devoção a Nossa Senhora Aparecida, anexo à Basílica. Ele lembra que a maior característica de uma Romaria é a atitude penitencial. “A busca de conversão do peregrino. A maioria dos santuários (do Período Colonial, por exemplo) foram edificados numa colina ou montanha, para simbolizar este “sacrifício” em honra e louvor a Deus, a Nossa Senhora e aos santos. Há diversas passagens bíblicas que mostram esta atitude piedosa dos fiéis, e as Romarias ligadas à devoção a Nossa Senhora também não fogem deste foco. Inclusive, o lema do Santuário de Aparecida é: “Façam o que Ele mandar” (Jo 2,5). A Romaria, este “sinal maior de devoção”, nos leva a entender que Maria nos acolhe e nos conduz a Jesus Salvador e Redentor. É um sinal enquanto seguimento a Jesus e seu Evangelho”. 

O religioso explica que o termo surgiu como uma referência a Roma, desde a literatura antiga, mas que as peregrinações surgiram nas grandes religiões desde a antiguidade, como os israelitas, que iam com frequência a Jerusalém.

“A Romaria é, antes de tudo, uma atitude de fé. O romeiro devoto vai ao Santuário para pedir ou agradecer: reza com emoção. É uma atitude de fé afetiva. É um sentimento que parte do coração. Geralmente é uma postura que faz memória dos avós, dos pais, dos padrinhos e madrinhas, dos antepassados que vinham ao Santuário e voltavam contando muitas coisas bonitas e boas. A ‘Romaria’ é uma postura de sair de si mesmo: ‘deixar o mundo egoísta do eu’ e fazer a experiência do Comunitário. Os romeiros, devotos de Nossa Senhora, por exemplo, vêm agradecer e pedir, sobretudo pela saúde. Uma saúde integral: corpo, alma, inteligência e emoção”, ressalta Ir. Maciel.

Experiências 

A psicóloga Lenita Vilela com o filho Pedro, na Basílica de Nossa Senhora Aparecida./ Foto: Arquivo Pessoal.

A psicóloga Lenita Vilela vai do Rio a Aparecida com seu filho Pedro desde que engravidou. “Quando eu não consigo ir com a Arquidiocese do Rio de Janeiro, eu vou com meu grupo de oração Água Viva. Desde que engravidei, consagrei meu filho a Nossa Senhora Aparecida, e o levo comigo porque eu quero que ele também, assim como eu, tenha um profundo amor por Maria, que ele cresça nessa mesma fé, nessa mesma crença. Ele já tem um profundo amor e respeito a Nossa Senhora, e nós fazemos da ida a Aparecida um momento especial, porque nos consagramos novamente. Ir ao Santuário é fortalecer a nossa fé, ir ao Santuário é encher-se da Graça”.

O empresário Renilson Santos Rosseti, neste ano de 2017, completará seu quarto ano junto ao grupo “Romeiros da madrugada”, que vai a pé de Cachoeira Paulista (SP) a Aparecida (cerca de 35 km de distância) na madrugada do dia 12 de outubro. Ele afirma que a primeira caminhada até o Santuário Nacional foi motivada pela devoção mariana e a curiosidade de participar daquele ato, mas que após a primeira experiência a motivação se tornou outra. “É sem dúvida, a coisa mais bonita e importante que faço no meu ano”, comentou emocionado.

Neste próximo mês de outubro, o Santuário Nacional viverá a celebração dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Por ocasião desse jubileu dos 300 anos, a CNBB instituiu o Ano Mariano no Brasil. Para Ir. Maciel, esse Ano é um tempo propício para viver uma romaria. 

“Tenho observado os romeiros que frequentam o Santuário de Aparecida, neste Ano Jubilar. A maioria das pessoas vem para agradecer ou pedir graças, mas também se comportam como se viessem numa de ‘Festa de Aniversário’, e assim se apresentam como um presente à Mãe Aparecida. É uma forma de reconhecimento à ‘infalível intercessão’ de Nossa Rainha e Padroeira”. 

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