Poço do Arneiro, local da aparição do anjo em Portugal

Conheça a importância do Poço do Arneiro na história das aparições do anjo em Portugal

O Poço do Arneiro está localizado ao fundo do quintal da casa da Lúcia, local em que ela, junto aos primos Jacinta e Francisco, costumavam tirar a sesta (descansar) e a brincar. As três crianças foram aquelas que visualizaram Nossa Senhora de Fátima.O poço fica em Aljustrel, próximo ao Santuário de Fátima, em Portugal.

Tornou-se parte da história das aparições da Nossa Senhora em Fátima, marcado por importantes acontecimentos, como a aparição do Anjo e a visão que Jacinta teve do Santo Padre.

Cercado pela natureza, pode se sentir a paz que emana desse lugar que convida à contemplação e oração os que passam por lá. É considerado também um espaço sagrado escolhido por Deus para manifestar Sua presença. Nele é possível fazer experiência do sobrenatural de Deus.

Fatos narrados por Irmã Lúcia

Esse local, além de todas as experiências vividas por Lúcia e sua família, destaca-se por dois fatos marcantes, relatados no Livro Memória da Irmã Lúcia.

O primeiro, ocorrido no verão de 2016, é conhecido como a Segunda Aparição do Anjo, que deixou a seguinte mensagem:

“– Que fazeis? Orai, orai muito. Os Corações Santíssimos de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente, ao Altíssimo, orações e sacrifícios.
– Como nos havemos de sacrificar? – perguntei.
– De tudo que puderdes, oferecei a Deus sacrifício em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e súplica pela conversão dos pecadores. Atraí assim, sobre a vossa Pátria, a paz.
Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo, aceitai e suportai, com submissão, o sofrimento que o Senhor vos enviar.” ( Memórias da Ir Lúcia pg. 78)

O segundo, que se deu por intermédio de Jacinta, que teve uma visão com o Santo Padre, o Papa:

“ Um dia, fomos passar as horas da sesta para junto do poço de meus pais. A Jacinta sentou-se nas lajes do poço; o Francisco, comigo, foi procurar o mel silvestre. Passado um pouco de tempo, a Jacinta chama por mim:
– Não viste o Santo Padre?
– Não!
– Não sei como foi! Eu vi o Santo Padre em uma casa muito grande, de joelhos, diante de uma mesa, com as mãos na cara, a chorar. Fora da casa estava muita gente e uns atiravam-Ihe pedras, outros rogavam-lhe pragas e diziam-lhe muitas palavras feias (15).Coitadinho do Santo Padre! Temos que pedir muito por Ele. ( Memórias da Ir Lúcia pg. 127)”

Refúgios dos pastorinhos

O poço do Arneiro era como um refúgio seguro para os pastorinhos, que atraídos por ele, recorriam também em suas aflições. Diante das angústias e aflições sofridas pela mãe da Lúcia, pelos maus comentários que cercavam o lugarejo à respeito das Aparições de Nossa Senhora, em que sua filha Lúcia estava envolvida, propôs de levá-la ao Pároco de Fátima, para que confessasse que não tinha visto nada, no intuito de desfazer os desconfortos que as aparições trazia a família. Ao ver o que se passava e a angústia de Lúcia, a atitude de Jacinta foi: “ Ao ver-me aflita, deixou cair algumas lágrimas e disse-me:
– Vou-me já levantar e vou chamar o Francisco. Vamos para o teu poço rezar. Quando voltares, vai lá ter. À volta, corri ao poço e lá estavam os dois, de joelhos, a rezar.” ( Memórias da Ir Lúcia pg. 50)

Não resta dúvida de que, para os pastorinhos, o poço foi um espaço predileto do quintal da casa de Lúcia. Como uma cela, era o local em que podiam estar em quaisquer circunstâncias e sempre que precisassem.

De maneira nova e reveladora, Lúcia, a protagonista das Aparições de Fátima, expressa com profundidade o significado que tem do Poço do Arneiro, um ponto de vista espiritual que provoca e nos remete com ela a entrar na mística desse lugar sagrado. Era experimentar a graça de estarem dentro do Coração de Maria e desfrutar de tudo o que ele tinha a lhes oferecer:

“ … por estar escondido detrás duns castanheiros, dum monte de pedras e dum silvado, havíamos de escolher, alguns anos depois, para cela dos nossos colóquios, de fervorosas orações e, … também de lágrimas, por vezes bem amargas. Misturávamos as nossas lágrimas às suas águas, para bebê-las depois, na mesma fonte onde as derramávamos. Não seria essa cisterna a imagem de Maria, em cujo Coração enxugávamos o nosso pranto e bebíamos a mais pura consolação? ( Memórias da Ir Lúcia pg. 127

Nilza e Gilberto Maia
Missionários da Comunidade Canção Nova

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