Uma história de fé e devoção a Nossa Senhora de Fátima

Pequenas histórias de fé e devoção a Virgem de Fátima

Maria Aparecida de Oliveira, 62 anos, tem uma história simples de fé e devoção que vem desde sua infância quando aprendeu a fazer suas orações. Moradora do bairro Parque Urupês, em Taubaté (SP), ela se orgulha em dizer que viu sua paróquia intitulada “Nossa Senhora de Fátima” nascer, e com ela o afeto dos moradores da região à padroeira do lugar.

Maria Aparecida, mais conhecida por Dona Cida, nasceu na cidade de São Luiz do Paraitinga (SP). Sua mãe foi quem a ensinou a ela e aos oito irmãos – quatro homens e quatro mulheres – a fazerem suas orações para Nossa Senhora. “Desde criança, mais ou menos com três ou quatro anos de idade, a mãe ensinou a gente a rezar para Nossa Senhora. Naquela época, ela não tinha um nome, mas era sempre Nossa Senhora”, garante Dona Cida. Ela recorda que sua fé e devoção começaram a aumentar aos 10 anos, segundo ela, devido a uma cirurgia feita por Nossa Senhora.

Sua família sempre foi muito pobre e, naquela época, sua irmã com dois anos de idade precisava fazer uma operação por ter nascido com a língua colada, e o médico que poderia fazer o procedimento cirúrgico ficava em Aparecida (SP). Seus pais não tinham dinheiro para pagar uma condução adequada até a cidade, muito menos ter um carro; todos iam na carroceria de um caminhão, que fazia o percurso de São Luiz do Paraitinga (SP) até Aparecida (SP). Eram mais ou menos cinco horas de viagem de uma cidade a outra. Durante todo esse tempo, eles iam cantando e rezando o terço pela estrada de chão batido.

Já na cidade, o médico se recusou a fazer a cirurgia na criança, e sua mãe entregou toda a situação nas mãos de Nossa Senhora! Dona Cida se lembra que, na volta para casa, a pequena, que tinha a língua colada, estava com um brinquedo na boca. Quando o caminhão foi sair, o brinquedo entrou debaixo da língua da menina e cortou o que era colado. Dona Cida afirma que aquilo foi um milagre, e que Nossa Senhora tinha feito a cirurgia da sua irmã. “A partir dali, a gente se apegou ainda mais a Nossa Senhora”, finaliza ela.

Uma história de fé e devoção a Nossa Senhora de Fátima

A história do carroceiro

Dona Cida mora, há 48 anos, no bairro Parque Urupês em Taubaté (SP). Em seu primeiro ano ali, ainda jovem, começou a percorrer o bairro na companhia de sua amiga Odete e dos frades do Sagrado Coração de Jesus, para rezar o terço nas casas e dar catequese na escolinha do bairro. Uma vez, ela ouviu de uma vizinha a história de um carroceiro que andava pelo bairro e que profetizou a construção de uma igreja, “onde antes havia só eucalipto, haveria ali uma igreja dedicada a Nossa Senhora de Fátima”, fez memória.

Dona Cida lembra que o terreno para a construção da igreja foi comprado com a ajuda do povo e dos frades; antes disso, as Missas eram celebradas uma vez por ano na escolinha local.

A história do carroceiro continua até hoje, mesmo depois da construção da igreja no mesmo lugar onde ele falou que seria construída. As orações que outrora Dona Cida fazia a Nossa Senhora sem nome, hoje é feita para Nossa Senhora de Fátima. “A minha fé e a fé do povo só tem aumentado. A cada dia que passa, a gente vai se apegando cada vez mais a Senhora de Fátima; e quando as amigas falam das coisas difíceis, a gente logo diz: ‘Não se esqueça de rezar a Nossa Senhora de Fátima, pois ela vai passar à frente’”, garante.

Tenhamos fé, pois a Virgem de Fátima olha por nós 

Dona Cida é a prova viva disso: “Não faz muito tempo, eu estava com o meu marido na estrada e vinha vindo um caminhão desses grandes, carregado de coisas e muito alto. Do nada, descolou algo lá de cima, uma peça muito grande, que parecia ter o tamanho de uma geladeira. Meu marido, então, falou assim: ‘Poxa vida, acho que agora nós vamos morrer’. A peça vinha em direção ao nosso carro, mas, quando ela chegou bem em cima de nós, eu gritei: ‘Nossa Senhora de Fátima!’. A peça passou por cima do nosso carro e caiu no asfalto. Eu acho que foi um milagre. Eu não tinha nem voz de tanto chorar! Era tanta alegria em saber que Nossa Senhora de Fátima fez a peça passar por cima do nosso carro e cair do outro lado, no chão. Nós não tivemos nem um arranhãozinho!”.

Depois de tanto tempo, Dona Cida continua rezando nas casas do bairro onde mora e ajudando na paróquia desde que ela foi fundada, hoje com o canto e a parte litúrgica. Ela se orgulha em dizer que, dos 48 anos trabalhando para Deus, ficou apenas três meses afastada de suas responsabilidades, recuperando-se de um cirurgia.

Com toda sua simplicidade, ela se sente feliz e realizada ao afirmar ser capaz de ver os frutos de sua fé. Muitas coisas aconteceram em sua vida e na paróquia que ela viu nascer. “Tudo é muito gratificante”. Ela não se considera uma estranha no meio de estranhos, ali existe um laço. “Eu, na minha pequenez, vejo muito o amor de Deus sendo derramado aqui. Nossa paróquia teve início com poucas pessoas; hoje, a gente vê a igreja tendo duas Missas aos domingos, às vezes na quinta ou no sábado bem cheia. Hoje, eu sinto que o maior milagre que aconteceu em minha vida foi Nossa Senhora permitir que eu chegasse até aqui”, finaliza.

A comunidade de Nossa Senhora de Fátima está se preparando para o centenário de sua padroeira. A festa começa no dia 5 e vai até o dia 14 de maio.

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